

DaHorta: projeto ensina cultivo afetivo
Manter uma horta em casa é muito mais do que investir em algo prático e econômico. Cultivar a terra por alguns minutos todos os dias é, na verdade, um ato terapêutico.
É nisso que acredita a publicitária Marina Coutinho, de 28 anos, o nome por trás do projeto DaHorta, que ensina às pessoas o conceito – e, claro, a prática – do cultivo afetivo. “Acreditamos que existe uma nova forma de cultivar plantas. É transformador quando nos sentimos responsáveis por aquela vida, por aquela planta que ajudamos a nascer e a desenvolver. Faz bem para a alma”.
O que era um hobby particular, reservado a amigos e familiares, virou paixão e negócio. Marina largou seu antigo emprego e hoje trabalha praticamente sozinha no ateliê que criou, onde vê seu projeto crescer. Nas oficinas que ministra, passa adiante o amor e o cuidado que tem com as plantas. “Grande parte das pessoas conta que compra plantas ou hortaliças no mercado, como um manjericão, e ficam frustradas porque não se desenvolvem e morrem. Realmente, essas plantas compradas no mercado não foram feitas para ir para frente. Não têm a drenagem necessária, não têm espaço para crescer dentro de um vaso pequeno de plástico… Na oficina, ensinamos um cultivo de longo prazo. O que quero é ajudar as pessoas a encontrarem a melhor maneira de trazer a experiência do cultivo afetivo para o dia a dia”.
A DaHorta realiza workshops para facilitar o cultivo de temperos, ervas e suculentas em vasos, latas e objetos reutilizados de forma criativa. “Assim, ervas e temperos assumem um papel que vai além da cozinha e podem, inclusive, fazer parte da decoração de casa. A DaHorta quer retomar o tempo de cuidar de si, do espaço em que vivemos e de quem a gente ama”.
Marina conta que a ideia surgiu do desejo de presentear pessoas próximas com algo que representasse mais do que o objeto em si: “Um vasinho de planta ou tempero é um estímulo à pausa. A pessoa cuida de algo com carinho”.
E mais: ao fazer isso, a pessoa encontra um momento para si. É quando pode parar e respirar, algo valioso nos dias de hoje, especialmente para quem vive em cidades grandes.
Para quem também deseja ter esse momento de respiro e cultivar sua própria horta, Marina dá algumas dicas:
- É muito importante ter bastante luz natural: pelo menos quatro horas de luz direta de manhã.
- Regar diariamente é essencial. Faça pela manhã, com cuidado para não encharcar a planta.
- Invista em um adubo natural e orgânico.
- Ao podar a planta, faça isso com uma tesoura própria e corte o mais rente do tronco principal.
- Saber sempre que o ponto principal é prestar atenção aos sinais que a própria planta passa. É na observação frequente que dá para perceber se há, por exemplo, mudança de coloração ou se a terra está muito seca ou molhada em excesso.