Alimentos sem glúten e com sabor: Essa é a proposta do Ginger Deli
Quando se fala em receita sem lactose ou sem glúten, muita gente pensa em comida sem sabor. É essa imagem que as sócias Alessandra Bueno Perondini e Juliana Pereira Barreto buscam quebrar com os pratos servidos no Ginger Deli.
A intolerância à lactose de ambas foi fonte de inspiração para o café, aberto no final de 2015. Elas tinham muita dificuldade de encontrar lugares bacanas que oferecessem pratos livres da substância. “Por muito tempo, eu parecia um ET quando pedia algo sem lactose no restaurante”, conta Juliana.
Ao perceber esse espaço no mercado, a dupla decidiu largar seus empregos na área da moda e investir no negócio. O Ginger Deli foi inaugurado em poucas semanas, com a proposta de oferecer boas receitas, difíceis de serem encontradas em outros lugares. É o caso do macchiato, feito com leite de coco caseiro, e do quibe de quinoa.
Sem glúten, com sabor
Embora as sócias não tenham problemas relacionados ao glúten, o café também oferece pratos livres da proteína. A estratégia é seguir a tendência do mercado, em um momento em que muita gente quer cortar o glúten do cardápio para emagrecer ou mudar o estilo de vida. “A doença celíaca é mais rara. Mas o número de pessoas que desejam investir em produtos livres dessa substância é cada vez maior e temos cuidado com esse público”.
O grande desafio do Ginger Deli é mostrar que comida sem glúten e sem lactose pode ser muito gostosa. “Há preconceito. Já vi gente lendo a nossa placa e falando que tudo devia ser sem gosto, sem ao menos experimentar. Mas sentimos uma aceitação enorme de pessoas que não tem nenhum tipo de intolerância e adora frequentar o Ginger, porque quer uma alimentação saudável sem deixar o sabor de lado. A resistência é sempre de quem nem sequer experimentou. Então buscamos vencer essa barreira”.
Para Juliana, o segredo para criar pratos bons e saudáveis é simplesmente fazer aquilo que gosta de fazer e de comer. “Não consigo preparar algo que eu não comeria. As principais receitas que servimos no Ginger Deli são as que fazíamos em casa para levar de marmita. Então, nossa ideia é fazer para os outros o que é bom para nós”.
Comida de verdade
A intimidade de Juliana com a cozinha tem DNA italiano. Ela cresceu vendo a mãe, que nasceu na Itália, cozinhar seguindo a intuição. Por isso sua forma de preparar os pratos também é bastante intuitiva. “Nunca fiz cursos de culinária nem sei seguir receitas. Tudo o que faço é intuitivo e sei que isso vem da minha referência materna”, diz.
Na infância, passou boas temporadas na fazenda da família, onde aprendeu a valorizar ingredientes naturais. “Comíamos alimentos cultivados lá e isso fez com que eu valorizasse a comida de verdade desde sempre, aquela caseira, que não passa por processamento. Não sei o que é comer comida congelada, dessas compradas prontas em supermercados”.
A preocupação com a qualidade dos ingredientes que consome também está presente no Ginger Deli. “Damos muito valor para a procedência dos nossos fornecedores. O arroz integral, por exemplo, tem que ser de uma empresa de que conhecemos todo o processo, desde a plantação, passando pela colheita, até chegar à prateleira. Por isso, a Jasmine é uma das marcas mais presentes na nossa cozinha”, diz Juliana.
O que não pode faltar na cozinha do Ginger Deli? “Leite vegetal, definitivamente. Gostamos muito do leite de amêndoas com arroz, que é uma delícia e também está no catálogo da Jasmine. Alimentos integrais, como o arroz cateto e a quinoa, são outros exemplos de produtos que usamos muito”. A quinoa, por sinal, está presente em diferentes pratos, como salada, risoto e até panqueca.
Os ingredientes são fundamentais, claro, mas o prazer de comer é o mais importante no Ginger Deli. “Queremos que a pessoa coma com prazer, que identifique os sabores de que mais gosta, sempre de forma saudável. Pensamos em toda a elaboração de pratos, nas combinações de sabores. Afinal, uma refeição tem que ser um grande momento”.