Transtornos alimentares na infância
Nos seis primeiros anos de idade, as crianças podem apresentar sintomas que caracterizam transtornos alimentares na infância e que podem causar sérios danos ao seu desenvolvimento se não forem identificados e devidamente tratados.
De acordo com a nutricionista Maria Bety Fabri Berbel, os transtornos alimentares na infância se apresentam de maneiras diferentes e podem ser percebidos quando existe uma alteração na relação da criança com a alimentação, que passa a interferir no seu desenvolvimento. “Os sinais são manifestados por uma dificuldade persistente em atender as necessidades nutricionais e energéticas da criança, sempre associados com a perda significativa de peso, a deficiência nutricional e uma considerável interferência na função psicossocial”, explica a nutricionista.
Tipos de transtornos
Na infância, os transtornos alimentares podem ser desencadeados por diversos fatores. Segundo a nutricionista Maria Bety, eles podem estar relacionados a costumes familiares, condições biológicas e psicológicas, meio ambiente e predisposição genética. “Entre os transtornos alimentares mais comuns na infância estão a Pica, o Transtorno de Ruminação e o Transtorno de Alimentação da 1ª Infância”, destaca.
Pica
O nome Pica, vem do latim, e refere-se a um pássaro que tem o hábito de comer qualquer objeto que vê pela frente. Desta mesma forma, o transtorno alimentar conhecido como Pica se caracteriza pelo consumo persistente de objetos não nutritivos por um período superior a um mês. Os objetos de consumo mais comuns são tinta, reboco, terra, cabelo, tecido, fezes de animais, insetos, areia, pedregulhos e cordões.
Transtorno de Ruminação
Caracteriza-se pela repetida regurgitação e remastigação dos alimentos em crianças com funcionamento normal do aparelho digestivo por um período superior a um mês. Um detalhe importante é que a regurgitação de parte dos alimentos acontece de forma natural, sem que haja esforço por parte da criança.
Transtorno Alimentar da 1ª Infância
Outro transtorno alimentar característicos nos pequenos é o Transtorno Alimentar da 1ª Infância. Ele é caracterizado pela falha constante em comer ou mamar de maneira adequada, que geralmente causa um prejuízo significativo no peso da criança por um período superior a um mês.
Como prevenir transtornos alimentares
Segundo a nutricionista Maria Bety, os hábitos alimentares dos pais podem exercer influência genética sobre o desenvolvimento de transtornos alimentares nos filhos, por isso, uma alimentação saudável pode ajudar a prevenir fatores que contribuam para o surgimento desses transtornos. “Os hábitos alimentares podem aumentar ou diminuir o potencial dos fatores genéticos positivos ou minimizar os efeitos prejudiciais. As escolhas alimentares dos pais modulam a genética e podem influenciar diretamente nos genes dos filhos”, explica a nutricionista.
Além dos fatores genéticos, também existem os fatores externos que contribuem para o surgimento de transtornos alimentares na infância. Para tanto, é importante criar uma atmosfera favorável para um bom relacionamento da criança com os alimentos. Para a nutricionista, aproximar a criança dos alimentos, envolvê-la na escolha e, quando possível no preparo, pode ajudar na prevenção, pois promove um ambiente saudável e tranquilo nos horários das refeições e favorece uma relação saudável com os alimentos.
“Estimular hábitos saudáveis na infância assegura um crescimento e desenvolvimento normais, promove a formação de hábitos alimentares adequados, evita carências nutricionais e contribui para a prevenção de transtornos alimentares”, finaliza.
Fonte: Maria Bety Fabri Berbel – Nutricionista Clínica | CRN 8-32 e Site Psiquiatria Geral