Doença celíaca: uma vida sem glúten
Existem pessoas que decidiram tirar o glúten da dieta como parte de uma mudança de estilo de vida. Há outras, no entanto, que apresentam intolerância essa proteína presente no trigo, no centeio e na cevada e não têm alternativa. Elas têm doença celíaca e precisam controlar bem os alimentos que ingerem para evitar problemas.
O que é a doença celíaca?
É um problema autoimune, caracterizado pela intolerância permanente ao glúten, que aparece em pessoas geneticamente predispostas e afeta o intestino delgado. “Nesses casos, a doença interfere diretamente na absorção de nutrientes essenciais ao organismo, como carboidratos, gorduras, proteínas, vitaminas, sais minerais e água”, explica Miriam Francisca, presidente da Associação dos Celíacos do Brasil – Rio de Janeiro. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 1% da população mundial seja acometida pela doença.
Miriam explica que, geralmente, a doença se manifesta na infância, em crianças de um a três anos de idade. No entanto, pode surgir em qualquer época da vida, inclusive em adultos e idosos.
Sintomas da doença celíaca
Essa intolerância é reconhecida por três diferentes formas, que apresentam diferentes sintomas. São elas:
Clássica ou Típica
- Diarreia crônica, em geral acompanhada de distensão abdominal e perda de peso;
- Atrofia da musculatura glútea;
- Falta de apetite;
- Alteração de humor (irritabilidade ou apatia);
- Vômitos;
- Prisão de ventre;
- Dor e/ou distensão abdominal (barriga inchada).
Não clássica (ou atípica)
- Anemia por deficiência de ferro ou refratária à reposição de ferro por via oral e, ainda, por deficiência de folato e vitamina B12;
- Constipação intestinal que não responde ao tratamento;
- Osteoporose;
- Defeitos no esmalte do dente;
- Esterilidade ou abortos de repetição;
- Fraqueza e perda de peso sem causa aparente;
- Artralgias ou artrites.
Assintomática (ou silenciosa)
É marcada por alterações sorológicas e histológicas da mucosa do intestino delgado que levam ao diagnóstico da doença por meio de exames, ainda que o paciente não apresente os sintomas.
Diagnóstico e dieta sem glúten
De acordo com Miriam, o diagnóstico é feito por meio de testes sorológicos, que avaliam os anticorpos antigliadina, antiendomísio e o antitransglutaminase (TTG). “Também é necessária a realização de endoscopia digestiva alta, com biópsia de intestino delgado”.
Como não tem cura, o tratamento consiste em ter uma dieta isenta de glúten por toda a vida. Por isso, é importante escolher alimentos que não possuem essa proteína em sua composição, como frutas, verduras, legumes e carnes. É também comum procurar substitutos para a farinha de trigo, como as farinhas de arroz, de milho, de amêndoas, de avelãs, de nozes e de grão-de-bico. Também são usados fécula de mandioca, flocos de milho e de batata, farinha de sorgo e de soja.
Na hora de escolher os produtos, é muito importante ter um cuidado especial para saber em que ambiente eles foram processados. “Isso porque alguns itens podem sofrer contaminação cruzada, que acontece quando algum produto que contém glúten é manuseado no mesmo espaço ou inserido na produção de outros naturalmente livres dessa proteína”, explica Miriam.
Para se certificar que o alimento não tem glúten, a dica é procurar o selo “Gluten-Free” na embalagem. Ele é fornecido pela Gluten-Free Certification Organization (GFCO), que faz uma avaliação em todo o processo de produção do item.
Pessoas saudáveis podem deixar de consumir glúten?
Há vários relatos de pessoas que perderam peso ao tirar a proteína da dieta, disseminando a ideia de que uma alimentação sem glúten ajuda a emagrecer.
Na realidade, ao adotar esse hábito, a pessoa deixa de comer as principais fontes de carboidratos, como pão, doces e bolos. Logo, o que provoca o emagrecimento não é a ausência de glúten, e sim a redução de calorias. “Orientamos sempre para que nunca seja iniciada uma dieta isenta de glúten sem a prévia realização dos exames adequados ao diagnóstico”, alerta Miriam. “Isso para não mascarar resultados que podem indicar que a pessoa sofre da doença e não sabe.”
Sugestão Jasmine
Você possui a doença celíaca? A Jasmine possui uma lista de produtos livres de glúten para quem tem intolerância a essa proteína. Confira aqui os itens disponíveis em nosso portfólio.