Compulsão alimentar: O transtorno que leva a comer demais
Quem nunca sentiu culpa após exagerar na comilança? Comer além da conta de vez em quando pode ser algo normal e não chega a ser um problema. Mas, se a perda de controle passa a fazer parte da rotina, pode ser um caso de compulsão alimentar.
O que é a Compulsão Alimentar?
É um transtorno alimentar em que o paciente come em grande quantidade e não consegue parar, mesmo tendo vontade. “A pessoa que sofre de compulsão frequentemente enfrenta esse tipo de situação, sempre acompanhado do sentimento de culpa e tristeza. Mas, ao contrário da bulimia, ela não força o vômito”, explica a psicoterapeuta Maura Albano.
Além dos dois sintomas típicos já citados, outros sinais caracterizam esse distúrbio:
- Adotar diversos tipos de dietas;
- Controlar excessivamente o peso;
- Recorrer à comida sempre que se sente frustrado, ansioso, triste ou tenso;
- Comer rapidamente e sem sentir, como estivesse no modo “piloto automático”;
- Não parar, mesmo estando cheio;
- Esconder alimentos para comer quando estiver sozinho.
Causas
Transtornos mentais e alimentares muitas vezes são causados por uma combinação de fatores. Conheça alguns que estão ligados ao desenvolvimento da compulsão.
Dieta restritiva: Regimes que prometem o emagrecimento de forma milagrosa costumam privar a pessoa do consumo de diversos alimentos. Isso pode desencadear um desejo ainda maior, que gera o impulso e à incapacidade de parar quando decide se render a essa vontade. Por isso, toda dieta deve ser acompanhada de um nutricionista, que montará um programa sem essa rigidez e restrição exagerada.
Estresse: Esse é um fator que pode gerar um círculo vicioso. A pessoa come porque está estressada e o exagero gera um novo estresse. Ela, então, novamente recorre à comida na tentativa de se acalmar.
Compensação emocional: Há ainda aquelas pessoas que veem na comida uma forma de compensar suas frustrações, baixa autoestima, tristeza e problemas de relacionamento. Assim como no caso do estresse, alguns desses fatores podem desenvolver um ciclo difícil de ser quebrado por quem sofre de compulsão.
Depressão: São duas doenças que andam juntas e, por isso, ao tratar a compulsão alimentar, muitas vezes, deve ser tratada a depressão também.
Distúrbio de imagem: Assim como no caso de outros transtornos, como a anorexia, quem sofre de compulsão costuma ter um problema em relação à sua imagem. Elas normalmente se veem mais gordas do que realmente estão e, em busca do emagrecimento, recorrem a dietas, jejuns, medicamentos e outros recursos que acabam desencadeando, em algum momento, a compulsão.
Outros fatores podem causar essa doença, como traumas passados, abusos, disfunções hormonais, maus hábitos alimentares, vício alimentar, entre outros.
Diagnóstico e tratamento
Não existe um exame específico que identifique a compulsão alimentar e, por isso, é muito importante que pessoas próximas fiquem atentos a sintomas e comportamentos. Caso esses sinais ocorram com frequência, é preciso encaminhar a pessoa a um médico, para que ele solicite exames.
Também é essencial o acompanhamento de um psicólogo, que irá identificar os fatores que levaram ao desenvolvimento da doença e a tratar de forma global todas as causas. O tratamento deve envolver ainda nutrólogo ou nutricionista e, em casos de depressão, psiquiatra.